Ah, a infância. São tantas as coisas que vivemos naquela época que fica difícil saber por onde começar. No entanto, há algo que certamente todos nós temos em comum: um brinquedo favorito. Pode ser um ursinho de pelúcia, uma boneca ou um carrinho. Para mim, foi um trem elétrico.

Meu avô me deu de presente quando eu tinha apenas 6 anos. Foi amor à primeira vista. Passava horas e horas brincando com ele, observando cada detalhe dos vagões, das locomotivas e dos trilhos. Era fascinante ver aquele mundo em miniatura ganhar vida diante dos meus olhos.

Com o tempo, comecei a fazer ajustes no meu trem. Colocava luzes nas cabines, mudava a cor dos vagões e criava novas rotas para as ferrovias. O meu avô sempre me ajudava nessas empreitadas, oferecendo ideias e conselhos valiosos. Era uma verdadeira jornada de aprendizado e diversão.

Porém, uma coisa ainda faltava: compartilhar essa paixão com outras pessoas. Foi assim que surgiu a ideia de criar um filme sobre o meu trenzinho. Com a ajuda do meu irmão, que era um ávido cineasta amador, começamos a planejar cada cena, a definir os personagens e a escolher a trilha sonora.

O processo demorou meses. Era preciso fazer tudo com cuidado e atenção aos detalhes. Mas, aos poucos, o filme começou a ganhar forma. As filmagens eram feitas no quintal de casa, em diferentes momentos do dia, para aproveitar a melhor luz. O meu irmão fazia malabarismos com a câmera, tentando captar os ângulos mais interessantes.

E eu, é claro, ficava maravilhado em ver o meu brinquedo favorito se transformar em uma estrela de cinema. O trem elétrico ganhou um nome - Teco - e uma história surpreendente. A trama envolvia aventuras perigosas, vilões malvados e heróis corajosos. Tudo isso, é claro, com muitas cenas de ação e efeitos especiais incríveis.

Quando o filme ficou pronto, foi uma festa. Convidamos todos os nossos amigos para a estreia, preparando pipoca e refrigerante para a sessão. Eu fiquei tão orgulhoso que mal conseguia falar. E, quando as luzes se apagaram e a tela se iluminou, foi como se eu estivesse vivendo um sonho.

Hoje, muitos anos depois, olho para trás e vejo como aquela experiência moldou a minha vida. Além de me apaixonar pelo mundo do cinema, aprendi importantes lições sobre persistência, criatividade e trabalho em equipe. E, é claro, guardo na memória um dos momentos mais felizes da minha infância: ver o meu brinquedo favorito ganhar vida diante das câmeras.

Em suma, Meu Brinquedo Favorito é muito mais do que um filme. É uma celebração daquilo que amamos e que nos faz felizes. É uma forma de manter viva a memória da nossa infância e de reviver a magia daquele tempo que jamais voltará. E, acima de tudo, é um lembrete de que os sonhos estão sempre ao nosso alcance, desde que estejamos dispostos a perseguir os nossos desejos mais profundos.